A articulação do joelho pode ser descrita como uma articulação sinovial condilóidea volumosa, complexa e instável formada por três ossos: o fêmur distal, a tíbia proximal e a patela. Existem dois graus de liberdade de movimento, os movimento de flexão e extensão ocorrem no plano sagital e a rotação axial ocorre no plano transversal ; entretanto, podemos levar em consideração que os movimentos de dobradiça são associados ao deslizamento e rolamento e à rotação em torno de um eixo vertical. Na flexão da articulação do joelho há inclinação ou diminuição do ângulo entre o fêmur e a parte inferior da perna; na extensão há o aumento do ângulo entre o fêmur e a parte inferior da perna; na rotação lateral o movimento rotatório lateral da parte inferior da perna faz com que haja um afastamento em relação a linha mediana e na rotação medial ocorre um movimento giratório medial da parte inferior da perna em direção à linha média.

Uma das características em destaque na complexa articulação do joelho são suas grades dimensões e formatos incongruentes, o que a faz fraca no ponto de vista mecânico. Devemos levar em consideração que o joelho possui importantes funções biomecânicas e que está sempre sujeito a estresse considerável e distensão pela ação combinada de suas funções de sustentação de peso e locomoção. Para manter sua estabilidade faz uso principalmente da ação dos tecidos moles, em vez de sua configuração óssea. Essa grande articulação conta então com a ação da força dos músculos e seus tendões e por diversas estruturas tais como ligamentos, cápsulas articulares e meniscos, que irão contribuir para sua estabilidade.

Sendo assim, o conhecimento da anatomia e da cinesiologia do joelho é um dos pré-requisitos essenciais para que se possa ter uma maior dimensão e compreensão dos principais mecanismos de lesão, bem como a efetiva intervenção terapêutica.

Dos ligamentos presentes no joelho damos destaque ao ligamento cruzado anterior por ser o mais frequentemente lesado, ocorrendo o rompimento principalmente em esportes que exigem muita rotação. Para o joelho manter sua estabilidade o mesmo depende muito de seus ligamentos, o joelho tem uma amplitude de movimento restrita de 0º a 150° somente em um plano e são os ligamento que impedem o movimento indesejado.

O rompimento do ligamento cruzado anterior é uma das lesões mais comuns e mais sérias do joelho. O ligamento cruzado anterior tem a função de manter a tíbia para trás em relação ao fêmur, caso haja o rompimento do ligamento cruzado anterior a tíbia se moverá para frente. A instabilidade presente no joelho após a ruptura do ligamento cruzado anterior é fácil de avaliar depois do traumatismo, antes mesmo de ter ocorrido o sangramento e o edema dos tecidos, após 15 minutos do ocorrido fica mais difícil de avaliar devido o edema e o espasmo muscular protetor. Estimaram a incidência de 0,24 lesão do LCA a cada 1.000 indivíduos saudáveis ao ano, em análise da população dirigida ao Hospital de San Diego.

MECANISMO DA LESÃO DE LCA

A laceração do LCA ocorre como resultado de desaceleração brusca, hiperextensão ou lesão rotacional que geralmente não envolve contato com outro indivíduo. A lesão pode ser total ou parcial, de maneira geral, o rompimento ou a lesão ocorre decorrente de forças rotatórias sem contato associados à fixação do pé e a movimentos rápidos de direção. A lesão do LCA pode estar associada a lesões do LCM, do menisco medial e do menisco lateral, em alguns casos o coto do LCA pode ficar aderido à sinovial do LCP, dando a falsa ideia de um joelho normal.

A maior parte das rupturas do LCA envolve uma subluxação transitória do joelho, o que provoca um trauma secundário a outros tecidos, incluindo o osso, a cartilagem articular, meniscos ou o LCM.

Os pacientes com lesão de LCA podem apresentar artrocinemática articular alterada no plano transversal (BRODY & HALL, 2012). A lesão resulta em significativas limitações da atividade e restrições, como o de participar de atividades habituais devido à instabilidade. Atividades vigorosas e contínuas sobre um joelho com lesão de LCA pode causar também lacerações meniscais. A lesão do LCA é detectada no exame físico por diversos testes específicos para pesquisar o LCA e por meio de exames complementares por meio de imagem. Atualmente, o exame de escolha é a ressonância nuclear magnética (Figura 2) (COHEN, 2008).

TRATAMENTO

Podemos identificar consequências distintas possíveis após a ruptura ligamentar que irá variar de acordo com o grau da lesão e resposta do paciente, sendo uma delas o bom resultado sem cirurgia a qual o paciente é capaz de levar uma vida normal sem quaisquer dificuldade, na outra já se encontra uma instabilidade tão significativa que o paciente necessitará de reconstrução do ligamento. Deve ser levado em consideração que lesões associadas afeta o programa de reabilitação.

Os problemas em relação à reabilitação a considerar quando se trata um indivíduo após lesão do LCA incluem comprometimentos, limitações na atividade e restrições na participação identificados durante a avaliação e quaisquer lesões concomitantes.

 

— 9 de novembro de 2015
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