GELO OU CALOR EM CASO DE LESÕES
Uma das principais preocupações na vida de um atleta – seja ele amador ou profissional – é o risco de sofrer uma lesão muscular, que pode ter como consequência um afastamento por certo tempo de sua rotina de exercícios. Pancadas ou quedas são frequentes em uma partida ou até mesmo em um treino e exigem um tratamento logo após a contusão. Nessas situações, é muito comum vermos pessoas aplicando gelo ou bolsa de água quente no local da lesão, por conta do fácil acesso a esses recursos. Mas, afinal, o que deve ser aplicado? Frio ou quente? A resposta para essa pergunta é: depende de cada caso. Cada recurso vai causar resultados diferentes no corpo e é muito importante saber quando utilizar cada um, para que o efeito desejado de tratar o músculo realmente aconteça.
Quando se deve utilizar o gelo?
A aplicação de baixas temperaturas com o objetivo de tratar regiões lesionadas é conhecida como crioterapia. Também chamada de “terapia do frio”, tem como princípio básico a remoção do calor corporal, diminuindo a temperatura do local. A técnica é antiga e foi iniciada por gregos e romanos, que usavam gelo natural e neve para curar algum problema médico. Começou a se tornar presente nas contusões esportivas a partir dos anos 70 e hoje, com as técnicas aprimoradas, existem diversas formas de aplicações, como as líquidas (água), sólidas (gelo) e gasosas (gases).
O gelo pode ser aplicado em contusões, “pancadas”, entorses e estiramentos musculares. Deve ser utilizado desde o momento da lesão até a fase tardia do tratamento, por conta de suas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.
A recomendação é que se aplique o gelo por vinte a trinta minutos, pelo menos três vezes por dia e com um intervalo de, no mínimo, uma hora entre as aplicações. Deve-se evitar o contato direto do gelo com a pele, colocando uma toalha úmida entre a bolsa de gelo e a pele. Algumas regiões devem ser evitadas, como as extremidades das mãos e dos pés, principalmente em pessoas diabéticas ou com problemas circulatórios, pois a aplicação de gelo nesses casos pode diminuir o fluxo sanguíneo para essas regiões.
Não se pode aplicar gelo nos casos em que haja fratura exposta, infecções ou perda de sensibilidade no local.
Em caso de cãimbra, a melhor alternativa é alongar e massajar bem o local até que a cãimbra passe. O gelo terá pouca utilidade porque é pouco eficaz no mecanismo responsável por estas contrações involuntárias.
Quando se deve utilizar a água quente?
A hipertermoterapia é a técnica de fisioterapia que utiliza altas temperaturas em tecidos com o princípio de tratamento. Ela apresenta uma sensação mais agradável e confortável do que a aplicação com baixas temperaturas.
As compressas de água quente nunca devem ser usadas nas primeiras 48 horas da lesão, pois elas podem intensificar a dor e aumentar o edema (inchaço) no local. Após esse período, a água quente pode ser utilizada em casos como as dores lombares crônicas ou contraturas musculares. A aplicação deve ser de 10 a 15 minutos entre intervalos de uma a duas horas. Pode ser aplicada com bolsas de borracha onde a água quente é colocada, bolsas com gel que podem ser aquecidas no micro-ondas ou até toalhas banhadas em água morna. As áreas evitadas devem ser as mais sensíveis ao calor, como na face, no dorso das mãos e dos pés, além de feridas abertas ou queimaduras.
O aumento da temperatura na região lesionada promove a dilatação periférica dos vasos sanguíneos.
Como a contusão é algo muito frequente na vida de qualquer pessoa que pratique alguma atividade física, é importante que ela esteja atenta à maneira correta de se iniciar um tratamento. A dúvida entre a aplicação de gelo ou calor não deve existir.
FONTE: http://bikeverso.com.br
— 29 de outubro de 2016